15 agosto 2013

Soneto da vida nova - Dante Alighieri

Tão discreta e gentil que me afigura ao saudar,
quando passa, a minha amada,
que a língua não consegue dizer nada e a fitá-la,
o olhar não se aventura.

Ela se vai sentindo-se louvada
envolta de modéstia nobre e pura.
Parece que do céu essa criatura
para atestar milagre foi baixada.

Ao que a contempla infunde tal prazer,
pelos olhos transmite tal doçura,
que só quem prova pode compreender.

E assim, parece, o seu semblante inspira
um delicado espírito de amor
que vai dizendo ao coração suspira

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