28 julho 2015

Por Lugares Incríveis


Título: Por Lugares Incríveis
Autora: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Páginas: 336

Sinopose: Dois jovens prestes a escolher a morte despertam um no outro a vontade de viver. Violet Markey tinha uma vida perfeita, mas todos os seus planos deixam de fazer sentido quando ela e a irmã sofrem um acidente de carro e apenas Violet sobrevive. Sentindo-se culpada pelo que aconteceu, Violet se afasta de todos e tenta descobrir como seguir em frente. Theodore Finch é o esquisito da escola, perseguido pelos valentões e obrigado a lidar com longos períodos de depressão, o pai violento e a apatia do resto da família. Enquanto Violet conta os dias para o fim das aulas, quando poderá ir embora da cidadezinha onde mora, Finch pesquisa diferentes métodos de suicídio e imagina se conseguiria levar algum deles adiante. Em uma dessas tentativas, ele vai parar no alto da torre da escola e, para sua surpresa, encontra Violet, também prestes a pular. Um ajuda o outro a sair dali, e essa dupla improvável se une para fazer um trabalho de geografia: visitar os lugares incríveis do estado onde moram. Nessas andanças, Finch encontra em Violet alguém com quem finalmente pode ser ele mesmo, e a garota para de contar os dias e passa a vivê-los."

Isso não é uma resenha. Odeio resenhar. Quero apenas falar como tenho me sentido depois de ler esse livro cheio de vida. Então, definitivamente, não é uma resenha. São apenas sentimentos, e palavras. 

Gosto quando um livro me faz rir. Quando me faz levantar a sobrancelha e olhar a diante, refletir um pouco e colar novamente os olhos nas páginas. Gosto da sensação de sentir meu coração se despedaçar, e eu choro. Eu choro. Choro como se fosse a minha própria vida em milhares de cacos, alí, em minhas mãos. Eu gosto de chorar. Gosto da sensação de deixar tudo ir embora, e de vazio. Gosto do vazio que pode ser preenchido novamente, com mais palavras. Gosto quando o livro acaba e eu passo dias e dias ainda vivendo dele. Pois é aí que sei que ele mudou algo em mim, para melhor ou pior, às vezes os dois. E é nesse momento, quando meu estômago está frio e meus olhos paralisados, que percebo que se as palavras não estiverem impressas, elas não serão ouvidas.

"Porque não é mentira se for como você se sente. ... as vezes, as coisas são como verdade pra gente, mesmo que não sejam." 

Por mais que eu pense e escreva e queira escrever, todas as palavras não conseguem transferir para esse espaço tudo que esse enredo me fez sentir. É algo que vou carregar pra vida toda e que só faz aumentar a minha certeza de que palavras podem mudar o mundo e as pessoas.

Odeio quando as pessoas grifam os livros, mas com esse senti vontade de pegar um pincel e grifar frases, parágrafos, palavras, até que o livro estivesse todo neon. A escrita poética e melodiosa, me fez interromper a leitura várias vezes, para poder postar uma citação na página do blog no Facebook. Eu queria que todo mundo pudesse ler aquele trecho e ver o quanto a intenção das palavras é linda e grandiosa. Assim como Violet e Finch, senti vontade de encher minhas paredes com post-it, com palavras que giram e giram em minha mente e se vão com um piscar de olhos.

"Você me fez te amar. E essa deve ser a maior coisa que meu coração já foi digno de fazer..." 

Hoje acordei pensando no livro Por lugares incríveis, apesar de ter lido ele a alguns dias. Seu enredo mexeu comigo, de um jeito muito verdadeiro e desde então não consigo parar de pensar a respeito. Mudada para sempre. Violete não poderia escolher palavras melhores. É assim que me sinto desde então. Na maioria das vezes, as pessoas nos veem, mas não nos enxergam e não ouvem de verdade quando dizemos algumas coisas, ou apenas não se importam o suficiente para nos ver ou ouvir. Muitas vezes as pessoas precisam apenas de atenção, isso pode ser a linha fina entre a vida, o sofrimento e a morte. E são os que mais julgamos não merecerem amor, que mais precisam dele. Talvez se amássemos mais os personagens ruim, a comida ruim, as ruas feia, as pessoas que não entendemos. Talvez, algum dia, isso faça alguma diferença no mundo. Infelizmente aprendemos que o que é diferente é ruim e deve ser jogado fora, em vez de ser consertado ou remodelado, ou apenas ser aceito da forma que é. As pessoas são assim também, são mais objeto que os inanimados. São as molduras mais fáceis de quebrar.

"O que percebo agora é que o que importa não é o que a gente leva, mas o que a gente deixa." 

Sei lá, só acordei pensando nisso e com uma vontade absurda de que o mundo fosse um lugar melhor para as pessoas, não para as árvores ou para os animais, para as pessoas apenas.

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