08 outubro 2013

Tempo

Ainda me lembro como se fosse hoje 
Das tardes vendo seu caminhar 
Passos trôpegos, chinelos de dedo, corpo curvado. 
Qual o tamanho do peso que teus ombros carregam?
Lembranças que me fazem temer o tempo,
Tempo que leva, que cura, que me fará esquecer. 
Não quero esquecer, 
Não quero perder, 
Não quero deixar morrer. 
Mas o tempo passa, 
os dias correm e no final ficam apenas as linhas em teu rosto. 
Rosto sofrido, 
Da cor do sol, com vestígios da chuva. 
Tempo esse que te fez menino em meio á guerra, 
Brincando de esconder das armas. 
Cadê aquela infância merecida? 
Cresceu em cima das pedras, 
Fez do mato teu refugio, 
Tua casa é sobre o rio. 
Talvez o tempo não seja tão bom. 
Ou talvez seja apenas eu que não queira sentir saudade.

Por Leidiane Bueno


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