Ainda me lembro como se fosse hoje
Das tardes vendo seu caminhar
Passos trôpegos, chinelos de dedo, corpo curvado.
Qual o tamanho do peso que teus ombros carregam?
Lembranças que me fazem temer o tempo,
Tempo que leva, que cura, que me fará esquecer.
Não quero esquecer,
Não quero perder,
Não quero deixar morrer.
Mas o tempo passa,
os dias correm e no final ficam apenas as linhas em teu rosto.
Rosto sofrido,
Da cor do sol, com vestígios da chuva.
Tempo esse que te fez menino em meio á guerra,
Brincando de esconder das armas.
Cadê aquela infância merecida?
Cresceu em cima das pedras,
Fez do mato teu refugio,
Tua casa é sobre o rio.
Talvez o tempo não seja tão bom.
Ou talvez seja apenas eu que não queira sentir saudade.
Por Leidiane Bueno
brilhante! seu melhor poema ever! e olha que são todos perfeitos! eu estou chocada!
ResponderExcluirFico feliz, rsrs.
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